quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Exigências da vida moderna (quem agüenta tudo isso??)

Lembra da história do tempo, a dois posts atrás?

Pois é... Sempre quis postar esse texto.


Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C.

Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.
E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).

Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.

Todos os dias deve-se comer fibra.
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.
Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia.

E não esqueça de escovar os dentes depois de comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.

Tem que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito.

As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).

E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.

Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.

Ah! E o sexo.
Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina.
Tem que ser criativo, inovador para renovar a sedução.
Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação.

Na minha conta são 29 horas por dia.

A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!!

Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos e seus pais.

Beba o vinho, coma a maçã

Agora tenho que ir.

É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.

E já que vou, levo um jornal...
Tchau....

Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail.

Luís Fernando Veríssimo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Nota de Pesar

Não era um dos meus melhores dias. Aliás, podemos estender isso à semana que se passava. Eu havia perdido minha última gota de esperança na realização de um dos meus sonhos, e meu humor estava perigosamente abalado. Sorrir não parecia tão natural, e as conversinhas baratas eram tediosas, quando não irritantes.

Acho que nem preciso dizer como eu me sentia comigo mesma, né? Digam o que quiserem, mas a falta de esperança pode ser o pior dos sentimentos. Ou “não-sentimentos”, o que me parece mais apropriado. Eu fiquei sem perspectiva. Não conseguia enxergar o que viria ou o que fazer. Foi bem difícil...

(...)

Certo, eu tentei escrever isso no passado. Tentei procurar uma forma de transformar essa história em algo menos lúgubre. Tentei encontrar algum consolo em um amor inesperado. Tentei. Não consegui. E a culpa é da esperança, que me abandonou. Foi embora antes de mim. Me deixando aqui, no escuro, sem saber o que fazer.

Não, essa história nada tem a ver com o amor. Não é esse tipo de sonho que me despedaça dessa forma. Afinal, eu acredito em amores. No plural. E o meu sonho perdido não vai se resolver com uma nova alma afim [já comentei aqui sobre a minha teoria de almas afins?]. Eu preciso, mesmo, encontrar minha esperança. Há cinco dias ela fugiu. E eu não sei mais onde procurar.

Acontece que eu vi algo que não desejo a ninguém. Vi um sonho escorrer pelo ralo. Meus planos desmoronarem, como se o Lobo Mau soprasse na porta do meu maldito castelo de cartas. Mas não era o lobo mau. Era pior. Era o mocinho. Logo ele, que deveria ser o responsável por toda a beleza da história...

E eu pude sentir o efeito de cada palavra por ele proferida. A dor física. Incrivelmente palpável. Mas uma dor que eu não sabia onde começava ou terminava. Ardia. E, depois, o nada. O espaço que essa esperança traiçoeira me deixou. Um vazio, preenchido pela desesperança. Uma bola que me mantém ao ponto de me desfazer em lágrimas, a todo instante.

Pude até sentir a preocupação da minha mãe. Notei como ela compreendera meu pesar e procurava me deixar viver meu pequeno luto pessoal. Não sei se ela ainda pode enxergar esse “não-sentimento” nos meus olhos. Não sei se ela tem alguma noção do quanto isso ainda me aflige. Mas eu espero que não. Já basta a minha dor.

E eu sei que tenho tendências dramáticas. Sei que o meu lado Lia pode transformar a morte de uma barata em algo extremamente depressivo. Mas, salvo a minha tentativa frustrada de romantizar esse momento [vide os dois primeiros parágrafos], não é a Lia que vos fala. Sou eu, anonimamente descarregando meus [não]sentimentos, como diria o Ivens, sem pudor. Sem exageros ou fantasias. Minha desesperança me privou de tais artifícios.

Quem disse que a Esperança é a última que morre, não conhecia a minha.

Um desabafo de fim de ano.

                   1PapaiNoelPunk

Eu queria que o tempo não passasse. Que as coisas boas permanecessem como foram, um dia. E que as pessoas não fossem embora. Queria poder reviver meus melhores dias, enchendo um ano inteirinho só deles. Ter sempre meus amigos à distância de alguns minutos. E ter tempo pra eles.

Mas acho que o tempo não foi feito pra isso. Ele aprisiona a gente, tranca e sai correndo. Corre feito louco. Ninguém o alcança. Quando ele quer, ele que nos alcança. Aparece, de repente, e reivindica seus direitos pelo nosso tempo. Como quem diz: eu sou o teu tempo, e quando eu chego, não tem jeito.

Não, não é sobre o fim do nosso tempo que eu quero falar. Eu quero falar do que nos resta. Do pouco tempo que temos, quanto mais tempo passa. Quero falar que, quando a gente é pequeno, os dias são longos, os meses esticados e os anos intermináveis. Quanto menos idade, mais aquelas 24 horas parecem abarcar toda a nossa vida.

Mas o tempo, como ele é, passa. E parece que os dias não tem mais 24 horas. E a gente não entende como espremer um dia em tão pouco tempo. Tem que estudar, trabalhar, cuidar da saúde do corpo e da mente. Tem que estudar mais, pra poder trabalhar mais, e precisar cuidar mais do corpo e da mente.

E, então, quem vive só disso? Onde ficam aqueles amigos que passavam as tardes com a gente? Em que momento do dia eu vou parar pra saber como vão aqueles que passavam tanto tempo comigo? E quando eu vejo meus avós? Que horas, pelo amor dos céus, eu vou passear com meu cachorro? Isso, acima de qualquer coisa, faz um bem danado pra mente. Relaxa, distrai e alegra.

Nossa, eu não sei como cheguei aqui. Também não era isso que eu queria falar, quando comecei a escrever. Eu queria mesmo falar como as pessoas acabam seguindo os seus caminhos, e  da saudade que fica. Sabe? Aquela coisa do último ano do colégio? Aquela pulguinha que fica questionando como vai ser agora que cada um escolheu o seu caminho? Quer saber a verdade? Essa pulguinha é a mais legal de todas.

A gente escolhe, sim, um caminho diferente. Vê os amigos de todo dia tornarem-se amigos de vez ou outra. Mas, quer saber? Amigo amigo não se perde por isso. É meio clichê, mas amigo independe de distância e tempo. Às vezes o contato pode ser quase nulo, e passam semanas, até meses, e a gente sabe que a amizade tá ali.

E viva as fotos! Viva a memória! Viva os sites de relacionamento! Hahaha. Vai dizer que nunca foi no orkut daquele amigo quando bateu aquela saudade? Eu já. Nem que seja só pra dar uma olhadinha. Sem scrap. Sem nada. Só pra lembrar histórias. Sorrir, sentindo aquele aperto misturado com calor que só pode significar bons momentos vividos.

A verdade, é que eu disse tudo isso pra confessar uma coisa: há alguns anos, eu odeio o Natal. A falsidade. A hipocrisia. A confraternização forçada. Só queria presentes. Mas esse ano não. Eu venho contando os dias pra dezembro. Pras festas. Pra reunião. E não, eu não to falando de um natal igual a todos já vividos. Esse ano é diferente.

Esse ano, eu tenho esperado, doente de saudade, o retorno daqueles que foram morar longe. Esse ano, o natal significa o alívio da saudade. O reencontro. Porque o pior não é quando a gente escolhe a faculdade, o curso, o caminho. O “pior” é quando a gente começa a seguir esse caminho. A buscar a vida. Aqui. Ali. E a distância não é mais de minutos. A distância requer aviões. E, mais uma vez, viva os sites de relacionamento! Viva a Internet!

Mas não pensem que eu fico triste vendo meus amigos encontrando seus caminhos. Eu sou egoísta, mas não tanto. Fico feliz, e muito! Quero a felicidade deles tanto quanto quero a minha. E espero um dia encontrar minhas asas, e seguir o meu próprio caminho. Por enquanto, construo. E espero, ansiosamente, por um natal repentinamente promissor.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Jogando o bom senso no lixo

"E quando você me envolver
Nos seus braços serenos
Eu vou me render
Mas seus olhos morenos
Me metem mais medo
Que um raio de sol
"

                                            Tom Jobim.

Ela sabia que não devia, mas queria provocar. Conhecia-o. Sabia que seria fácil. Não por ela. Por ele. Não era o tipo que dificultava. Bastava umas poucas palavras. As palavras certas. E ele cedia. Simples. Sempre fora assim. Não seria diferente dessa vez. E não foi.

Em pouco tempo, ela estava sentada, na portaria do seu prédio. Esperando-o. Experimentando a já conhecida e incômoda sensação de esperá-lo. Mesmo assim, quando chegou a hora, ela entrou no carro sem hesitar. Fez charme. Beijou seu rosto. Reconheceu a música, e sorriu, nervosa.

A noite seguia, e a segurança do início parecia esvaecer com os minutos passados. Sentiu as investidas de sua coragem, louca para correr, sumir dali, abandoná-la. Mas sempre fora assim. Ela sabia. Sustentou-se na cerveja. Ignorou sua consciência. Trancou a coragem. E continuou provocando, sorrindo e tocando. Sem pensar.

A cerveja já era suficiente. A Praça do Carmo já estava quase vazia. O bar Nosso Recanto começava a recolher as mesas. A conta foi paga. E a vontade, já quase transbordando, saciada. Boca. Mãos. Pele... Desejo.

Ela não quer pensar. Só agir. Lembrar. Viver... de qualquer forma. E, assim, se entrega. Não pensa, nem fala. Sente. A barba. A textura. O sabor. O calor que só ele traz. Os arrepios que só as mãos dele provocam. A inflamação que só o amor dele é capaz de lhe dar. Mesmo que por uma noite. Mesmo que vez ou outra. Engana-se e deixa-se enganar. No amanhã, ela pensa depois. Sempre fora assim. Ela sabe...

* * * * *

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Às vezes, nem a gente sabe...

- Desculpa não ter aparecido antes. Eu queria ter ligado... Não quero que tu penses que eu to aqui por obrigação.
- Não tens com o que te preocupar. Eu não cheguei a pensar em nada.
- Acho que isso pode me deixar mais preocupado.
- Acho que não posso fazer nada quanto a isso.
- A gente não precisa falar sobre isso agora. Vem aqui...
- Para com isso, Rodrigo. Eu to bem.
- Não, Lia. Não estás, e nem precisas estar. Tu perdeste a tua avó e estás sentindo a dor dessa perda. E isso tá “tudo bem”; sentir a dor e pôr pra fora. Não guarda isso pra ti. Não tranca isso aí dentro.
- Para, Rodrigo.
- Olha pra mim.
- Sai daqui.
- Eu não vou a lugar algum. To aqui pra te ajudar no que tu precisares. Principalmente naquilo que tu nem sabes que precisa.
- Vais agir, agora, como se me conhecesses tão bem assim? Como se participasse da minha vida o suficiente pra saber do que eu preciso, mais do que eu mesma?
- Eu sei do que tu precisas, agora. Eu te conheço o suficiente. E quero participar da tua vida... de novo.
- Eu não preciso da tua ajuda.
- Mas eu preciso te ajudar. Eu quero.
- Então me deixa em paz.
- Essa é a ideia.
- Para! Sai daqui, Rodrigo. Eu não vou conseguir, desse jeito. Eu não aguento. Vai embora! Eu não quero... – e ela chorou. Chorou como poucas vezes na vida. Até não ter mais forças ou lágrimas... até a dor acalmar. Então olhou rapidamente para o rosto dos braços e ombros que a sustentavam, e, aliviada, sussurrou – brigada...
- Pro que tu precisares, meu amor.
- Até pro que eu acho que não preciso.

* * * * *


Escolhi ao vivo, porque tem mais emoção.
E o Steve Tyler é demais, até com essa maquiagem estilo "Qual é a Música" de ser.

* * * * *

Isso é "só" um texto, viu, gente?
Não que eu nunca tenha sentido essa dor, mas já faz um tempo. E, apesar de não ter tido um Rodrigo na minha vida, eu fiquei e continuo bem. =)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Rapidinhas da Lia.

Olá, queridos! Cá estou eu, novamente.
E hoje tem:

1- Texto!

No jantar de noivado da Manoela...
- O que tu estás fazendo aqui?
- Conhecendo o imbecil do noivo da minha prima.
- Ela sabe que ele é um imbecil?
- Ainda não.
- E o que tu vais fazer?
- Ainda não decidi.
- Adianta fazer alguma coisa?
- Deixar minha prima cometer o pior erro da vida dela - incluindo o corte que ela resolveu usar em 2004 - é que eu não vou.
- 2004? Era muito ruim?
- Se eu fosse ela, destruía todo e qualquer registro.
- Ugh. Prefiro nem saber.
- Me pergunto se não seria melhor...
- Ah, vai. Dá um desconto.
- E por que deveria?
- Em homenagem aos velhos tempos?
- Como se isso valesse alguma homenagem...
- Não me lembro de te ouvir reclamar.
- E por que reclamaria? Preferi ficar calada, torcendo que tudo acabasse logo. Reclamar só prolongaria a coisa ainda mais.
- Eu, hein. Precisa ser tão dura?
- Ahh, magoou?
- Cínica.
- Burro.
- Burro?
- Tu sabias meu sobrenome. Não desconfiaste nem por um momento que eu poderia ter algum parentesco com a Manoela?
- ...
- Burro.

2-Música!

Simplesmente, não consigo tirar essa música da cabeça.

3- E filme!

Na Natureza Selvagem (Into the Wild)
ano de lançamento (EUA): 2007
direção: Sean Penn
atores: Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt, Jena Malone, Brian Dierker
duração: 02 hs 20 min
descrição: aqui.

Um filme lindo, com uma trilha sonora demais [com dedos - e voz - do Eddie Vedder]. Nessas horas que eu queria ser uma boa resenhista, pra passar pra vocês o quão bom é esse filme. Dá uma vontade de fazer o que ele fez... uma vontade de viver assim.
Enfim... Recomendo.

;**

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ainda Encontro a Fórmula do Amor?

Ela não era do tipo que esperava pelo príncipe encantado. Já conhecera sapos suficientes pra afastar essa ideia da cabeça. Claro, ela sabia admirar qualidades, mas também tinha plena consciência dos defeitos. Esperava, sim, por alguém bom, mas nunca perfeito. Perfeição não existe, ela sabia. Mas não só não esperava, como não queria! Perfeição deveria enjoar, ela imaginava.

Sempre fora bastante racional. Considerava e objetivava sentimentos. Racionalizava qualidades e defeitos, pesava-os e decidia se valiam à pena ou não. Isso sempre a ajudou e protegeu na hora de fazer escolhas. Porque, sim, ela escolhia. Escolhia arriscar. Mas nunca era arriscado. Suas escolhas eram seguras. Pragmáticas. O Bom menos o Ruim. Resultado positivo, ia em frente. Negativo? Não dava mais um passo sequer.

Parecia insensível. Mas ninguém poderia dizer que ela era infeliz. Ela era segura, bem resolvida, tranquila e feliz. Vivia bons relacionamentos com pessoas agradáveis, que combinavam com ela e colaboravam pra sua felicidade. Um toma-lá-dá-cá, como qualquer relacionamento deve ser, com a única diferença de ter surgido de uma fórmula. A velha fórmula do amor.

Mas seria possível? Poderia alguém encontrar tal fórmula? Ela acreditava que sim. Não só acreditava, como vivia a fórmula. Fazia os cálculos cuidadosamente. Analisava os resultados. E vivia o amor. Ou assim pensava...

Nunca havia duvidado da eficiência da fórmula. Estava plenamente satisfeita com a vida que levava, baseada na ciência do cálculo. Até que – sempre, mas sempre tem um “até que”, não duvide – ele surgiu. Ele. Aquele que contestaria a sua ciência. Aquele que embaralharia números e operações, e derrubaria sua fórmula.

Seus defeitos misturavam-se às qualidades. Ela não conseguia distingui-los, para então equacioná-los. Ficou confusa. Sua segurança a abandonou. Sua tranquilidade foi abalada. Repeliu-o, mas tudo a prendia a ele. Tinha curiosidade. Ela queria decifrá-lo. Entendê-lo. Ela dependia da sua fórmula pra definir as pessoas, e ele permanecia indefinido. Isso era inconcebível. Por mais medo que sentisse, precisava permanecer ao lado dele. Isso era incontestável. E, assim, passou a conhecê-lo.

Jogou fora a sua fórmula. De que ela lhe servia? Ele era inequacionável. Seus defeitos e qualidades se fundiam, como para completar o seu ser. Separá-los e adicioná-los era impossível, pois eram um só. Eram parte dele. Do todo. E esse todo... nossa, como era lindo! E como encaixava com o seu ser! E era só disso que ela precisava. Era só isso que ela buscava, mesmo sem saber. E teve sorte de encontrar.

Desde então, só um assunto da matemática a interessava: conjuntos. E era o conjunto da vida dela intercedendo com o conjunto da vida dele.











* * * * *

domingo, 11 de outubro de 2009

Reconhecimento

Dizem que certas coisas a gente nunca esquece. Quando procurei no Google, o que mais as pessoas parecem não esquecer é do "primeiro-qualquer coisa"... O primeiro porre, encontro, acordo, protótipo... o primeiro "primeiro". Mas e quando a gente teima em lembrar daquilo que ocupa um número qualquer na vida? E quando a gente não esquece aquilo que parecia ser tão facilmente esquecido?

Não, tu não és o meu primeiro "primeiro", nem segundo amor, ou terceiro beijo. Tu és um número qualquer, que o meu corpo teima em não esquecer. Alguém que deveria estar esquecido, mas que a minha mente não me deixa afastar por mais que algumas horas. Que meus olhos parecem ter resolvido ficar em alerta constante pra qualquer sinal da janelinha, no canto inferior direito do monitor. Que faz meu coração me cutucar, como pra me lembrar de tudo isso, cada vez que vejo. E, como se não bastasse, alguém cujas mãos as minhas reconhecem como se fossem uma simples extensão delas.

E eu queria tanto poder ver esse reconhecimento nos teus olhos. Queria sentir que as tuas mãos também se confortam nas minhas. Queria que teu coração dançasse no mesmo ritmo que o meu. Queria entender... Mas não entendo. E tenho medo. Medo que me reconheças. Que eu seja o teu conforto e o teu ritmo. Medo.

Não, eu não quero que tu esperes de mim o que eu espero de ti. Eu não sou pra ti. Eu não sei ser. Por isso distraio minha mente. E desvio meus olhos da tua janelinha. Por isso ignoro meu coração. E escondo minhas mãos das tuas. É puro medo, amor. Eu queria muito nos reconhecer... Me desculpa. Eu queria, mas não consigo.

* * * * *

Escrevi enquanto ouvia, repetidamente:
Alexandre Desplat


e Dario Marianelli

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Principiando



- Eu gosto tanto dessa estrada...
- Eu também. Tem uma fazenda que eu quero pra mim, desde pequeno.
- Seria uma que a casa fica na beira de um lago, e tem um trapiche?
- Essa mesma!
- Também sou apaixonada por essa fazenda, desde pequena. Sempre dizia pra mamãe que eu ia ter uma igualzinha.
- E a gente pode ter uma família inteira de Golden Retrievers.
- Tá decidido. Hehehe...
- Que foi isso?
- O que?
- Tu fizeste uma cara estranha... E viraste o rosto.
- Eu fiz isso?
- Desculpa... Eu pensei que... Muita coisa foi dita ontem.
- Nando, não te preocupa. Eu entendo... A gente não tava no nosso estado normal.
- Mas... Lia, eu não disse mentira alguma, ontem. Tudo o que eu te falei, é o que eu sinto. O fato de estar fora do meu estado normal não me fez imaginar o que sinto por ti. A única diferença, se eu estivesse sóbrio, é que eu não teria dito nada... Não teria coragem de dizer.
- Nesse caso, eu fico feliz que tenhas dito. Eu sempre achei que as coisas deveriam ser assim. Esconder sentimentos só deixa a coisa mais difícil. Se tu não me disseres o que tu sentes ou queres, eu não posso adivinhar. Nem tu podes me entender, se eu não me mostrar pra ti. Então... eu acho que a gente fez certo. E deve continuar assim.
- Então a gente vai ser do tipo que fala tudo o que sente?
- A gente pode tentar.
- Isso seria, no mínimo, diferente.
- Por isso que eu acho que vale à pena tentar. Eu sempre vejo os casais vivendo essa brincadeira de adivinhação. Ninguém diz o que quer ou pensa, mas os dois esperam que o outro seja exatamente o que querem e pensam. Meio difícil de acontecer...
- É verdade... Acho que a gente acabou começando bem, afinal.
- Também acho... E eu também não disse nada além do que sinto, Nando. Tu realmente tens sido parte significativa da minha paz, ultimamente.
- E tu tens sido a minha paz.
- E vou fazer o que puder pra continuar sendo.
- Então a gente tá namorando?
- Isso é um pedido?
- É.
- Então a gente tá namorando.
- Olha a nossa fazenda.
- Posso até ver os Goldens correndo, perto do lago...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Selos e Meme

Oláá!
Tenho sido uma péssima blogueira, né? Eu sei, eu sei.. Desculpa. E eu sempre prometo não o ser... Vou tentar não prometer dessa vez. Hehehe
Enfim. Tenho alguns selos pra repassar, então vamos a eles! ;D

Os dois primeiros, eu ganhei da Marcinha, do BlogTerapia. Muito abrigada, Marcinha! Tu és muito fofa :D





Agora, os indicados são:

Resenhas Íntimas
Era uma vez...
Come with me
Música, Luar e Sentimento
Jogando conversa fora
De repente do riso fez-se o pranto

O terceiro e o quarto vieram do Vinícius e da Carol, do ótimo Schraubles. Brigada, queridos!

E os selos são:

1)


As regras:

Indicar o selo para 5 blogs
Responder as perguntas abaixo:

1 Porque resolveu criar o blog? Eu sempre escrevia por aí, e perdia alguns dos textos. Acho que criei o MML pra ter onde guardar e extravasar sentimentos, sem perdê-los.
2 O que te dá mais prazer em blogar? Não pensei que as pessoas fossem realmente gostar ou se identificar com o que escrevo. É muito bom ver que isso acontece.
3 Qual o assunto que você mais gosta de postar? Meus devaneios malucos e sentimentalistas.
4 Porque escolheu esse nome para o blog? Primeiro, eu criei o pseudônimo "Maria Lia Catechu", depois surgiu o maravilhoso mundo dela.
5 Você costuma visitar outros blogs? Sempre.

Os indicados são:

Filosofando com o Will
O Blog Mais Legal de Todos
Espalitando Dente
Resenhas Íntimas

[desculpa, só pensei em quatro]

Por último, mas não menos importante [hahaha, tem coisa que só fica legal em inglês, mesmo], o selo:

2)


Nesse, eu tenho que indicar 10 blogs, e eles são:

BlogTerapia
Era uma vez...
Come with me
I N S A N O S N O P A R A I S O

[dá pra me perdoar? só tem quatro, porque, se eu não postasse hoje, não sei quanto mais tempo eu ia ficar sem aparecer por aqui. Deem um descontinho.. tá? ^^]

* * * * *

Bom, além dos selos, a querida Marcinha, já citada acima, me indicou pra responder um questionário do Meme. Confesso que me divirto com esses questionários, então lá vai. :D

Que horas você acordou hoje?
A primeira vez que eu acordei? Ou o acordar definitivo? Enfim.. levantei umas 7:20h..

Diamantes ou pérolas?
Se tivesse que escolher, acho que seria pérola. Mas não curto muito esse negócio de pedras preciosas, jóias e afins. Sou mais alternativa, digamos assim.

Qual foi o último filme que você viu no cinema?
Up! Chorei mais do que ri. Conselho? Querendo rir, assista Se Beber, Não Case. Up é mais emocionante que engraçado. Mas é liiindo!

O que você come geralmente no café da manhã?
Um copo de Nescau, na cama. :D

Qual é o seu nome do meio?
Não posso dizer. Hahahaha

Qual comida você não gosta?
Acho que eu tenho mais problemas com os condimentos. Evite azeitona, pimenta e passas, se quiser que eu coma.

No momento qual é o seu CD favorito?
CD? Deve ser C_ompl_te, do Móveis Coloniais de Acaju. Ou Tudo Foi Feito Pelo Sol, dos Mutantes.

Sanduíche favorito?
Frango Teriaki, Subway. Big Tasty, Mc (o segredo é o molho, tenho certeza). Big Bog, com adicional de queijo [AMO queijo], Bob’s. O double que eu faço aqui em casa. E outros.

Que característica você detesta?
Pessoas efusivas... Odeio pessoas efusivas.

Se você pudesse ir pra qualquer parte do mundo de férias, pra onde você iria?
Agora? Posso dar um role na Europa? hahaha

Onde você gostaria de se aposentar?
Tendo praia, e alguns meses de frio, to dentro. o/

Qual foi o seu aniversário recente mais memorável?
Serve aniversário dos outros? Os meus são meio chatos. Mas ganhei Orgulho e Preconceito [filme], ano passado. E o livro, esse ano. Então, acho q isso já foi especial o suficiente.

Esporte preferido pra assistir?
Natação e Muay Thai [pra praticar também].

Quando é o seu aniversário?
24 de março.

Você é uma “morning person” ou uma “night person”?
Night, sem dúvida.

Quanto você calça?
37, e tenho 1,73m.. então, tecnicamente, pés pequenos.

Animais de estimação?
Dois cachorros, um Poodle branco e um Vira-lata preto, e uma Tartaruga [não conta pro IBAMA].

Alguma novidade que você gostaria de compartilhar?
Minha amiga acabou de ser aceita na Pós, em São Paulo. Comemoremos!

O que você dizia que queria ser, quando criança?
Bióloga. Oceanógrafa. Sáscoisas. Hehehe

Como você está hoje?
Estagiando e estudando Direito [por que esquecemos os sonhos de criança??]. Quase terminando. E acredito que bem.

Qual é o seu doce preferido?
Depende do humor. Pode ser brigadeiro. Pode ser brownie com sorvete. Pode ser Torta de Limão... Ishi, depende mesmo do humor!

Qual a sua flor favorita?
Não sou muito de flores...

Por qual dia do calendário você está esperando ansiosamente?
Vai ficar feio se eu disser 20 de novembro, pra ver New Moon? Hahahaha

Qual o seu nome completo?
Não posso dizer, mas fica o Maria Lia Catechu, só pra constar.

O que você está escutando agora?
Cosy in The Rocket, soundtrack de Grey’s Anatomy, pelo visto [playlist de um amigo]. Opa! Agora é Goodnight Goodnight, do Maroon 5.

Qual foi a última coisa que você comeu?
Misto quente, feito por mim.

Você faz pedido para as estrelas?
Às vezes, mas prefiro conversar com a Lua.

Se você fosse um lápis de cor, que cor seria?
Hoje, eu seria azul.

Como está o tempo agora?
Vou ali na sacada ver o céu, rapidinho... Noite agradável, mais 2 ou três dias e a lua estará cheia, algumas estrelas [droga de luzes e poluição da cidade], e poucas nuvens.

Última pessoa que você falou no telefone?
O amigo da playlist, mencionado acima.

Refrigerante preferido?
Hum.. Fanta Uva, mas prefiro sucos.

Restaurante preferido?
Eu teria que fazer uma lista. Eu amo comer, então tem um restaurante pra cada tipo de comida.

Qual era o seu brinquedo preferido quando criança?
Fiquei meio triste por não saber... mas dormia com um cachorrinho que tenho até hoje, o Totó, claro.

Inverno ou verão?
A transição.

Beijos ou abraços?
Abraços.

Chocolate ou Baunilha?
Bolo de Chocolate, sorvete de Baunilha.

Café ou chá?
Nenhum.

O que tem debaixo da sua cama?
É box.

O que você fez na noite passada?
Academia, ensaiei uma saída, mas o sono ganhou, então dormi [eu sei, ontem era terça, mas todo dia é dia].

Do que você tem medo?
De não encontrar o meu lugar. E de perder o que realmente importa.

Salgado ou doce?
Salgado.

Quantas chaves tem no seu chaveiro?
Quatro [sendo três iguais].

Dia preferido da semana?
Domingo.

Em quantos lugares você já morou?
Três.

Você faz amigos facilmente?
Pensando em um conceito de ”amigo” bem abrangente, sim.

* * * * *

É isso, gente. Muito obrigada! E parabéns aos indicados! :D
Próximo post tem texto meu.

Beijos.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Das cartas que eu não mandei.


Mais uma vez, eu me pego escrevendo pra ti. Nem sei mais dizer quantos bilhetes e cartas eu já não tenho aqui, guardados, escondidos ou perdidos. Todos com o mesmo objetivo: extravasar meu sentimento, alimentar a estranha necessidade que eu tenho de ti, de falar, ou fingir que falo contigo.

Por vezes, me perguntei se tudo não passou de um fruto da minha imaginação fértil. Se a nossa relação não foi nada além do ordinário, e eu que te pintei e moldei como o melhor amigo que já tive. Sabe... isso é bem possível. Eu sou meio louca, mesmo.

Por outras, eu tentei me apegar às lembranças. Aos nossos momentos, conversas, brigas e pazes. Aí vem o medo. Um medo absurdo, porque, cada vez mais, eu lembro menos. E eu piro! Temo mais ainda ter te inventado. E me desespero por qualquer indício de que aquilo foi real, e, invariavelmente, busco aquela velha folha de caderno. A única prova física da nossa amizade. E é a ela que eu me apego.

Mas isso não me basta. De nada adianta saber que tenhas sido meu amigo. Lembrar de ti não ajuda. Eu ainda preciso de ti, da tua amizade. E dói saber que ela não mais existe. Que tu não és mais o meu amigo, e não estás mais ao meu lado, como deverias. E é por isso que eu odeio estrelas cadentes. Porque tu, minha estrela cadente pessoal, passaste pela minha vida, e caíste longe de mim. Logo tu, que deverias ser a minha estrela da sorte...

Então, quando eu acho que nada pode piorar o vazio da tua ausência, tu me surpreendes. Te vejo ao lado de alguém que já foi tão passado quanto eu, e, ahh.. isso doeu. Doeu, porque, assim como ela, eu te perdi há sete anos, mas só ela te tem de volta. Isso é tão injusto! E eu juro, amigo, eu juro que não quero ocupar o lugar dela, na tua vida. Ela foi, é e pode continuar sendo a tua namorada. Porque eu fui e só gostaria de continuar sendo a tua amiga. Eu só queria o meu lugar de volta... É pedir muito?

Dessa vez, vou ficando por aqui. Até a próxima carta, meu amigo.

Morrendo de saudades, tua eterna amiga,

Lia.

Porque lembro de ti...:

Versão acústica, porque só tenho humor pra isso, no momento.

domingo, 13 de setembro de 2009

Quando um não quer, dois não namoram.

Olá!
Indo direto ao assunto, o texto de hoje foi escrito há meses atrás, mas é hoje que ele aparece aqui. Sem mais delongas...

Kt Tunstall - Universe & U.

we are just the same.

- É, bonzinho só se fode.
- Estás querendo dizer que tu és boazinha?
- Eu não sou má, ué.
- Nem boazinha.
- Como não?
- Tu não tens nada de boazinha. És muito resolvida e independente pra isso. Eu tenho é medo de ti. Acho que qualquer homem tem.
- Tu que és frouxo, ora. Não mete todo o universo masculino nesse teu mundinho.
- Frouxo? Não esquece que eu já tentei, e tu me largaste.
- Não começa com frescurinha.
- Eu não gostei de ser largado.
- Pra começar, tecnicamente, eu nem te larguei. A gente é amigo, e eu sempre deixei claro que nunca pensei em passar disso contigo. Foi só um “pega”. Tá, uns. E se eu bem me lembro, tu mesmo disseste isso.
- Na primeira vez.
- E daí?
- E daí que, depois, isso mudou.
- Pra ti.
- Claro que foi pra mim.
- E a culpa é minha?
- Deve ser, ué.
- Ah, muito engraçado. Tu confundes as coisas e a culpa é minha?
- Eu não confundi nada. Só passei a querer mais do que simplesmente te pegar.
- E eu notei isso. Tanto que resolvi parar de vez com a brincadeira. Vai dizer que eu não sou boazinha, agora?
- Boazinha?? Fria e calculista é a nova definição pra boazinha?
- Mais essa agora. Estás com muita frescura pro meu gosto.
- Não é frescura. São fatos.
- Que fatos, menino? Tá ficando doido? - Ainda tem cerveja aí?
- Tem, me dá teu copo. - Eu não to ficando doido. Tu que não te relacionas.
- Eu não me relaciono?
- Não. Tu tens um programa de interações sociais.
- Hahahahahaha. Essa é nova.
- Nem tanto. Fazes isso há um tempo. Mas foi boa, fala a verdade.
- Foi. Hahahaha. Mas eu ainda acho que tu estás ressentido, porque eu não quis nada mais sério contigo.
- Não dá pra ficar ressentido por uma coisa que já se espera.
- Ai, tá, tá. Já cansei das tuas lamúrias. Me fala da Larissa. Vocês já ‘tão namorando?
- Não. Não quero namorar. Acho que vou terminar com ela. Tá cobrando muito.
- Rá! Depois sou eu...

* * * * *

Então...
Depois de quase 20 dias sumida, cá estou eu novamente.
Eu poderia dar milhões de desculpas, inventar milhares motivos, mas a verdade é que estou passando por uma fase de transição. Redefinindo prioridades. Estabelecendo novas metas. Enfim, mudando. A gente não escolhe passar por essas coisas, mas elas acontecem, e a gente fica meio perdido e confuso, até que a coisa fica mais clara. Encontra o novo eu. E acho que to quase lá. =)

No mais, to devendo uns selos, eu sei. Mas vou cumprir com as minhas obrigações de Detentora de Selos, assim que possível. Juro. =)

Espero que não tenham me abandonado.
;*

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Café ou Chocolate Quente?


Estressado e irritado, passando em frente à cafeteria perto de sua nova casa, decidiu entrar e relaxar um pouco. Nunca havia parado ali. Mas precisava esquecer o terrível dia que estava tendo, antes de chegar em casa. Desejou ter um bom livro no carro. Poder escapar desse mundo, nem que fossem por alguns minutos...

Conseguir uma vaga não foi tão difícil, pelo menos. Conformando-se com o jornal que repousava no banco do passageiro, entrou e foi direto ao caixa. Pediu seu café expresso e procurou um lugar para sentar. Claro que não havia. Enfim, seu dia não estava para brincadeira. Até simples coisas, como tomar um café, poderiam tornar-se difíceis, dentro daquelas 24 horas.

Com a bandeja nas mãos, olhou ao redor, em busca de uma solução. Em uma mesa ao lado de uma pequena palmeira, bem na janela, uma mulher sentava sozinha, lendo um livro. Reconhecendo sua única opção, encaminhou-se à mesa, timidamente, e pigarreou.

- Hum-Hum, licença... Será que eu poderia sentar aqui? É que todas as mesas estão ocupadas...
- Ahn... Claro. - respondeu, com um meio sorriso.
- Obrigado. – sorriu o homem, sentando-se e olhando para o livro nas mãos dela. – “A Menina que Roubava Livros”. Esse livro é muito bom.
- É... eu sei. Na verdade, é a segunda vez que leio. Acho que é meu preferido. - disse, em um tom que encerrava a conversa, e voltou para sua leitura.

Ele ficou ali, tomando seu café expresso e lendo o jornal. Vez ou outra, desviava o olhar das notícias do mundo, para dar uma espiada na sua companheira de leitura daquele início de noite.

Era uma mulher muito bonita. Com um corpo, até onde se podia ver, na medida certa. Parecia ser alta. Pernas longas, ligeiramente torneadas. Seios lindos, e muito bem aproveitados em um generoso decote, onde se escondia um pingente, pendurado no final de uma fina e provocante corrente. Tinha os cabelos castanhos e cacheados, um pouco acima dos ombros, que emolduravam perfeitamente seu rosto inocentemente astuto (se é que isso poderia existir). Seus grandes olhos âmbar tinham um quê adocicado e decidido, e brilhavam, alimentando-se das palavras que dissera serem suas preferidas. Em sua boca carnuda e rosada, um sorriso brincava, querendo aparecer, mas se escondendo, como para provocar aquele homem a ficar ali, esperando que ele enfim resolvesse mostrar-se.

A verdade é que, vez ou outra, ele conseguia desviar o olhar daquela mulher, para dar uma espiada nas notícias do mundo. Ainda assim, sem conseguir absorver qualquer palavra. Estava hipnotizado. Aquele dia, definitivamente, estava decidido a ser o mais problemático de sua vida.

Em um movimento incerto, ela virou um pouco a xícara à sua frente, para constatar seu conteúdo vazio. Olhou em volta, aparentemente procurando uma garçonete, marcando a página e fechando o livro. Ansioso, ele não resistiu.

- Você quer mais café?
- Oi? Er... não. Era chocolate quente. Do café, eu só gosto do cheiro. E muito. – Riu-se, corando um pouco.
- Só do cheiro? – Perguntou ele, desesperado pra manter a conversa, mesmo que aquilo o incomodasse um pouco.
- Ahã. Sou apaixonada pelo cheiro de café. Pena que o gosto não fique à altura. Odeio o amargo que fica, no final. – completou, com uma careta graciosa. Essa mulher parecia conseguir juntar, em si, adjetivos totalmente opostos com muita facilidade.

A garçonete apareceu, e ela pediu um pão de queijo, junto com o novo chocolate quente. Então, virou para o homem com quem dividia a mesa, e perguntou:

- Você não vai querer mais nada?
- Ahn, claro. Eu vou querer um... – começou, analisando o cardápio que a garçonete trouxera, rapidamente – um folhado de queijo e presunto, e... acho que também vou de chocolate quente. É, é isso. Por favor.

A garçonete se afastou, e, quando ele olhou para a mulher ao seu lado, ela estava olhando para suas mãos em cima da mesa, com um sorriso curioso. Ele ficou intrigado, e levou suas mãos, rápida e inconscientemente para debaixo da mesa, onde começaram a suar, nervosas. Ela levantou os olhos para ele.

- Esse chocolate quente é viciante. Você nunca mais vai querer saber do café.
- Espero que isso não aconteça... Eu amo café. Meu relacionamento com ele vem de anos. Acho que ele não vai suportar se eu o trocar pelo chocolate, a essa altura da vida. – O que ele estava fazendo??
- Hum, isso é perigoso. Ninguém aqui vai querer magoar o café. Acho melhor você trocar seu pedido...

Mas ele não trocou. Tomou o chocolate. Conversou com aquela linda e interessante mulher por algumas horas, finalmente esquecendo o dia que tivera. Até que seu celular tocou e ele sentiu-se obrigado a ir para casa.

Nunca mais voltou àquela cafeteria, ou encontrou a Mulher-do-Chocolate-Quente. Mas toda vez que o pedia, ao invés do seu habitual café, sentia uma pontada de culpa, como se aquilo significasse, na verdade, que estivesse traindo sua esposa.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Baseado em fatos reais


Obs: A escolha da música não é minha. É da vida.


Sentada nas pedras, Luísa nem via ou ouvia o mar. Seus olhos estavam voltados a um passado distante. Fragmentos da vida saltavam a sua frente, nublando toda a beleza da praia diante dela. O único som que ouvia era o de suas recordações. As ondas silenciosas pareciam querer respeitar aquele momento dela... Só dela.

Luísa visitava cada lembrança que julgava tê-la levado àquele momento. Aos 20 anos, quando conheceu, amou e deixou Rodolfo, naquela cidade tão longe da sua. Seus dois casamentos. O primeiro sem amor. O segundo, tão difícil, que fez por diluir o amor que existira. Os três frutos desses casamentos. Suas três razões de vida e fontes de força. Assim como seus três motivos para deixar Rodolfo tantas outras vezes.

Como foi bom reencontrá-lo depois de tantos anos. Como foi providencial que seu trabalho a levasse tantas vezes ao encontro do seu amor. Como foi doloroso deixá-lo todas as vezes... A despedida é sempre muito difícil. Principalmente quando se trata de alguém de braços e coração tão abertos para receber aquela que tanto ali queria estar.

Mas Luísa sabia o que era mais importante para ela. Garantir que seus filhos tivessem tudo o que lhes pudesse oferecer, até que pudessem conseguir por si mesmos, não era apenas uma opção. Era a única opção. E se, para isso, tivesse que abrir mão de seu grande amor, que assim fosse. Nenhum amor era maior que o que tinha por suas “crianças”.

E o tempo, impiedoso e irredutível, passou. Suas eternas crianças seguiram seus caminhos. Com seus próprios amores ou não, foram atrás das pedras com as quais construiriam seus futuros. Sentiu o medo e o orgulho de ver cada um deles indo embora, moldando seu destino. Todos longe dela. Sempre ouvira de sua mais nova que as mães criam os filhos para o mundo, e não para si. Sentiu o peso da verdade daquelas palavras.

Claro que Luísa não se arrependia de qualquer passo que tivesse dado na vida. Havia feito sua escolha conscientemente. Mas nem isso a impediu de sentir o vazio e a dor de se ver só, sem seus filhos...

A essa altura, as lágrimas haviam imposto sua companhia àquela senhora sentada à beira da praia, reforçando a cortina que a impedia de ver toda beleza à sua frente. Ao mesmo tempo, ouvia os passos que esperava.

- Triste, meu grande amor? – perguntou ele, colhendo suas lágrimas.
- Transbordando felicidade. – respondeu Luísa, olhando para aquele rosto envelhecido e lindo que tanto amava, e sentindo o prazer de tê-lo tão perto e tão seu. – Foi difícil, não foi?
- Ah, minha grande Luísa – começou Rodolfo, aninhando seu velho e eterno amor nos braços – eu faria até o impossível pra chegar aqui.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Selo, Mombojó e Justificativa.

Como já diria nosso amigo Jack: vamos por partes [Tá, eu não resisti. Precisei dizer isso. Foi mal =xx].

Primeiro, eu gostaria de informar-lhes que, sim!, o Maravilhoso Mundo de Lia recebeu o seu segundo Selo! Foi um presente dado pela Bêe Rodrigues, do Querido Diário. Muito obrigada, Bêe!



Eu confesso que criei o MML pra mim, pseudônima-aspirante-a-blogueira. Um espaço meu, pra mim mesma. E é tão bom ver que esse meu pequeno mundinho agrada vocês. Dá um orgulho danado de ver minhas palavras e ideias, meu interesses e gostos sendo apreciados.
Prometo me esforçar pra fazer esse espaço ficar cada vez melhor. xD

Meus indicados são:

Resenhas Íntimas
Pá Trakuilo
Nada se cria... Tudo se copia

Pode ser só três? To tão sem coragem, hoje... [vide final do post]

* * * * *

Agora, mais música!
Meus queridos, apresento a vocês: Mombojó!


Conheci a banda em 2005. Uma amiga, que sempre sabe o que me mostrar [é impressionante como ela sabe o que eu vou gostar], mandou "Adelaide", "O Céu, o Sol e o Mar" e "Deixe-se Acreditar". Por isso fiquei entre essas três músicas, na hora de escolher o vídeo que vinha pra cá.
Como "Deixe-se Acreditar" representou muito bem a minha vida, no final de 2005/início de 2006, ganhou. :}
Enfim, pra quem não conhece, não perca mais tempo! Pra quem conhece, aproveite! :D
Aqui, você pode baixar os dois álbuns já lançados.
Divirta-se.

Nada de Novo (2004)
1. Cabidela
2. Deixe-se acreditar
3. Nem parece
4. Discurso burocrático
5. A missa
6. Absorva
7. O céu, o sol e o mar
8. Adelaide
9. Duas cores
10. Estático
11. Merda
12. Splash Shine
13. Faaca
14. Baú
15. Container


* * * * *

Por fim, quero dizer que to doente.
Já tenho um texto quase pronto, numa folha de papel. Mas ainda não tive forças pra digitar (já sou a preguiça em pessoa, doente então!).
Fora que esse post já tava quase completo, né?
Prometo que o próximo será um texto meu. =)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Homens Com Barriga

O texto de hoje não é meu.
Recebi por e-mail. Aliás, do meu pai (deve ser porque ele tem uma senhora barriga).

Enfim. Segundo as informações do e-mail, o texto é de Carla Moura (Psicóloga, Especialista em Sexologia e Terapia de Casais).

Vamos ao que interessa.

Meninas de todo o Brasil, tenho um conselho valioso para dar aqui: Se você acabou de conhecer um rapaz, ficou com ele algumas vezes e já está começando a imaginar o dia do seu casamento e o nome dos seus filhos, pare agora e me escute!

Na próxima vez que encontrá-lo, tente (disfarçadamente) descobrir como é sua barriga. Se for musculosa, torneada, estilo 'tanquinho', fuja! Comece a correr agora e só pare quando estiver a uma distância segura. É fria, vai por mim. Homem bom de verdade precisa, obrigatoriamente, ostentar uma barriguinha de chopp. Se não, não presta.

Veja bem, não estou falando daqueles gordos suados, que sentam horas na frente da televisão com um balde de frango frito, e que, quando se abaixam, mostram aquele cofrão. Não!

Estou me referindo àqueles que, por não colocarem a beleza física acima de tudo, acabaram cultivando uma pancinha adorável. Esses, sim, são pra manter por perto.

E eu digo por quê. Você nunca verá um homem barrigudinho tirando a camisa dentro de uma boate e dançando como um idiota, em cima do balcão. Se fizer isso, é pra fazer graça pra turma - e provavelmente será engraçado, mesmo. Já os 'tanquinhos' farão isso esperando que todas as mulheres do recinto caiam de amores - e eu tenho dó das que caem.

Quando sentam em um boteco, numa tarde de calor, adivinha o que os pançudos pedem pra beber? Cerveja! Ou Coca-cola, tudo bem também. Mas você nunca os verá pedindo suco ou coca-light. Ou, pior ainda, um copo com gelo, pra beber a mistura patética de vodka com 'clight' que trouxe de casa. E você não será informada sobre quantas calorias tem no seu copo de cerveja, porque eles não sabem e nem se importam com essa informação.

E no quesito comida, os homens com barriguinha também não deixam a desejar. Você nunca irá ouvir um 'ah, amor, 'Quarteirão' é gostoso, mas você podia provar uma 'McSalad' com água de coco'. Nunca! Esses homens entendem que, se eles não estão em forma perfeita o tempo todo, você também não precisa estar. Mais uma vez, repito: não é pra chegar ao exagero total e mamar leite condensado na lata todo dia! Mas uma gordurinha aqui e ali não matará seu relacionamento.

Se ele souber cozinhar, então, bingo! Encontrou a sorte grande, amiga. Ele vai fazer pra você todas as delícias que sabe, e nunca torcerá o nariz quando você repetir o prato. Pelo contrário, ficará feliz.

Outra coisa fundamental: homens barrigudinhos são confortáveis! Experimente pegar a tábua de passar roupas e deitar em cima dela. Pois essa é a sensação de se deitar no peito de um musculoso besta. Terrível!!!

Gostoso mesmo é se encaixar no ombro de um fofinho, isso que é conforto. E na hora de dormir de conchinha, então? Parece que a barriga se encaixa perfeitamente na nossa lombar, e fica sensacional.

Homens com barriga não são metidos, nem prepotentes, nem donos do mundo. Eles sabem conquistar as mulheres por maneiras que excedem a barreira do físico. E eles aprenderam a conversar, a ser bem humorados, a usar o olhar e o sorriso pra conquistar.

É por isso que eu digo que homens com barriguinha sabem fazer uma mulher feliz!


Complementando, ninguém vai querer um Homer Simpson da vida. Mas, fala a verdade, quem encara um Johnny Bravo? Deusulivre!

O negócio é achar o meio-termo.
É, minhas amigas. Boa sorte.

sábado, 15 de agosto de 2009

Tudo Foi Feito Pelo Sol

Decidi que, enquanto não bate aquela inspiração de me arrancar da cama pra escrever [quase todos os meus textos nasceram assim. Inclusive essa ideia nasceu assim], eu vou postar vídeos de música, em sua maioria. Mas também pode rolar qualquer coisa por aqui. =)

O vídeo de hoje é Deixe Entrar um Pouco D'água no Quintal, dos Mutantes


Foi um pouco difícil escolher essa música.
Eu tinha decidido colocar alguma coisa do Tudo Foi Feito Pelo Sol, mas esse álbum é tão foda [nenhuma palavra expressaria o que eu sinto por esse álbum tão bem bem como essa, desculpa], que é difícil pensar em "alguma coisa" pra mostrar. Por mim, colocava todas as músicas aqui.
Ao invés disso, presenteio vocês com a primeira faixa do disco. O resto é com vocês.
E o resto, meus queridos, vale muito!
É o meu álbum-preferido-de-todos-os-tempos, ultimamente.

Tudo Foi Feito Pelo Sol (1974)
1. Deixe Entrar um Pouco D’Água no Quintal - 5:03 - (Sérgio Dias / Liminha / Rui Motta)
2. Pitágoras - 6:56 - (Túlio Mourão)
3. Desanuviar - 8:13 - (Sérgio Dias / Liminha)
4. Eu Só Penso em te Ajudar - 4:58 - (Sérgio Dias / Liminha)
5. Cidadão da Terra - 5:35 -(Sérgio Dias / Liminha)
6. O Contrário de Nada É Nada - 2:58 - (Sérgio Dias / Túlio Mourão)
7. Tudo Foi Feito Pelo Sol - 8:46 - (Sérgio Dias)


Não tem o Tudo Foi Feito Pelo Sol? Quer baixar?
Clicando aqui, você vai pro RapidLibrary, um serviço que faz busca pelos arquivos hospedados no RapidShare.
Eu sei, eu sei... De nada. Hehehehehe :}

terça-feira, 11 de agosto de 2009

S.A.C.

- Sentimentos Ilimitada. Rosana. Bom d...
- Argh, não me venha com "bom dia", Rosana! Guarda essas coisinhas felizes pra quando a imbecil da Cinderela ligar!
- Desculpe, senhora. Em que posso ajudá-la?
- Tu podes começar dizendo onde é que desliga essa bosta de amor que vocês criaram! E então? Onde é?
- Perdoe-me, senhora, mas não creio que o que a senhora deseja seja possível.
- Pois é bom começar a crer, Rosana. Eu não to de brincadeira. Não aguento mais esse negócio, e quero desligar agora.
- Senhora, não é assim que nós funcionamos. Não existe um botão que desligue um sentimento.
- Ah, não tem botão?
- Não, senhora.
- Manual de instrução?
- Não, senhora.
- Quer saber, Rosana? Já deu pra ver que eu não vou conseguir resolver meu problema contigo. Eu quero falar com o responsável. Não, eu quero falar com o chefe do responsável! Melhor! Põe Deus no telefone.
- Tudo bem, senhora. Vou ver o que posso fazer. - Tã-nananã-tã-tã-tananananã, Sentimentos Ilimitada. Criando sentimentos desde a-perder-de-vista a.C. Proporcionand...

- Cristiano, Gerente-Geral. Em que posso ajudar?
- Gerente-Geral?? Meu querido, eu quero falar com Deus.
- Receio que ele esteja um pouco ocupado no momento, senhora. Mas tenho certeza que nós poderemos estar resolvendo o seu problema, tranquilamente.
- Meu bem, a não ser que você tenha a merda do botão que desliga essa praga de amor que vocês criaram, me ponha pra falar com Deus, imadiatamente! E sem musiqunha ou propaganda!
- P-pois não, senhora.

...

- Olá, Maria Lia. Qual é o seu problema, minha filha?
- Deus? Ai, Deus, o meu problema é que vocês criaram uma coisa que, além de eu não ter a menor ideia do que fazer com ela - porque vocês nem sequer disponibilizam um manual de instrução -, eu não posso desligar. E eu quero desligar. Eu preciso desligar!
- De que sentimentos estamos falando, minha querida?
- Do Amor!
- Ah... Claro. Qual deles?
- Tem vários?
- Claro, querida. Nós amamos cada um de uma forma diferente.
- Pensei que amor fosse amor. Tudo igual. Tudo difícil.
- Esse é um tipo. O difícil. Então, é dele que estamos falando?
- É. É do difícil. Daquele que não te deixa dormir. E quando deixa, ele aparece no sonho, e te ilude. Te faz sonhar com coisas lindas, e depois chorar, quando o sonho acaba e tu acordas. É daquele que dói. E eu não gosto disso, Deus. Não gosto. Não quero mais. Por favor, desliga isso?
- Sinto muito, minha filha, mas não posso fazer isso.
- Como não?! Deus pode tudo.
- Não isso.
- Então o que eu faço com esse amor?
- Gasta. Esse é do tipo que acaba, minha querida.
- Acaba?
- Acaba.
- E demora muito?
- Não mais do que você possa aguentar.
- Promete?
- Prometo.
- Hunf... Então vou ter que esperar.
- Receio que sim, minha filha. É difícil, eu sei. Mas você ainda vai nos agradecer.
- Com todo o respeito, Senhor, eu duvido. Mas é o jeito. Te contrariar é que eu não vou.
- Hahaha. Eu diria que é mais sensato não contrariar, mesmo...
- Então tá, Deus. Vou tentar gastar esse negócio.
- Muito bem, minha filha. Muito bem.
- Ah! Só mais uma coisinha, Deus. Acho que seria bom repensar o cargo de alguns funcionários. Aquele Cristiano é meio frouxo pra um Gerente-Geral, sabe?


* * * * *

Vídeo de hoje: Falso Retrato (U-Hu), de Móveis Coloniais de Acaju


Primeiro, porque cabe na situação do texto.
Mas, principalmente, porque eu não tenho palavras pra explicar como eles são ótimos, ou o quanto o show deles, no último sábado (08/08), foi incrível!
E ainda ficaram ali, depois do show, conversando com todo mundo. Atenciosos e simpáticos, que só eles!

Se vocês não conhecem, procurem conhecer, logo! Vale muito à pena.
Você pode baixar o álbum C_mpl_te, aqui, pelo Trama Virtual.

Apaixonem-se, como eu, por esses distintos rapazes de Brasília.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Primeiro Selo! o/

Ahh, meus poucos, mas muito queridos, amigos blogueiros, o Maravilhoso Mundo de Lia recebeu hoje seu primeiro selo! (Esperemos que primeiro de muitos, sim? =XX)

Queria, primeiro, agradecer ao Lucas Alsil, do novíssimo Buraco Surdo [vale ressaltar que é novíssimo, mas já tem seus selos. Dá-lhe Lucas! :D], que indicou o selo para este humilde blog. Além dele, seria injusto que eu não falasse da Tay Freitas, do Come With Me, que foi o meu primeiro motivo de orgulho, com esse blog. Brigada, Lucas e Tay. :D

Agora, o Selo:



E ele vai para...

S c h r a u b l e s

Música, Luar e Sentimento

Jogando Conversa Fora

Come With Me

Diy For Vixens

Então é isso.
Que orgulho! *.*

Até. =)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O Rei do Artifício

E então, depois de semanas sem notícias tuas, eu te encontro. Sem querer. Sem prever. Te vejo, e rápido desvio o olhar. Mas não a tempo de desviar o caminho. Tento ignorar o palpitar desenfreado do meu coração. Vou ao teu encontro. Evito teus olhos. Tu me abraças. E fica difícil, estando ali, lembrar os motivos pra não acreditar naquele abraço. Começo a pensar no quanto quis que fossem abraços sinceros. E antes de me perder por esse caminho, consigo me desvencilhar dos teus braços.

Ainda com medo dos teus olhos, digo qualquer coisa sobre sair dali, fugir de ti. Não, tenho certeza que não disse isso. Espero ter dado uma desculpa convincente pra não ficar ali, e me perder nas tuas mentiras. E, lutando contra essa força que não consigo entender de onde vem, me afasto de ti. Mas a força não me deixa. Indica a tua direção pra cada célula do meu corpo. Meu GPS biológico concentrado em ti.

Tento me enganar, fingindo que o longe é o que quero. Meus olhos me traem, à tua procura. Busco motivos pra diminuir a distância. O suficiente para, ao menos, te ver. Engano-me, mais uma vez, convencendo-me de que isso me bastaria. Brigo comigo. Qual o sentido em evitar que tu me enganes, se eu mesma não canso de fazer isso comigo?

Mantenho a distância. E o sorriso, praqueles que mal percebo ao meu lado. Acompanho conversas, sem notar. Meus pensamentos me levam pra onde tu te encontras. Odeio meus traidores olhos. Canso de lutar contra mim mesma. Deixo que meu corpo me guie. Finalmente, te encontro.

Te olho, de longe. Ignoro todo o resto. Desisto dos sorrisos. Das conversas. Só te vejo. Procuro qualquer motivo pra acabar com aquele resto de distância. Maldigo tudo que ousa nos separar. Invejo aqueles que podem te tocar. Desejo que tu me procures. Sinto a dor de lembrar que só eu te procuro.

Concentro-me nos sorrisos e conversas. Tento te guardar no fundo dos meus pensamentos. Em vão. Não parece haver mais espaço em minha cabeça, que não pra ti. Resolvo, mais uma vez, te deixar dominar minhas ideias. Acabo ao teu lado, ainda sem coragem de encontrar teu olhar. Finjo que aquela proximidade nem chega e se fazer perceber. Atuo. Consigo sorrir e conversar com todos. Menos contigo.

Te perco. Disfarço meu desespero por ti. Retomo as conversas. E, do nada, como para me pegar em uma armadilha, tu surges na minha frente. Teus olhos conseguem me prender. Não sei mais o que ou com quem falava. Repito uma palavra qualquer, para uma pessoa qualquer. Como um eco de uma frase perdida. E teu olhar promete tudo. E eu esqueço que tais promessas nunca foram cumpridas. Esqueço que elas duram uma noite e me atormentam por semanas. Então, como uma criança, apego-me ao teu olhar de promessas com todas as minhas forças. E me perco.

Eu queria tanto entender como tu consegues mentir tão bem com os olhos...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Juro que isso aconteceu


- Nem sabes. To apaixonada!
- Por quem?
- Pelo Pedro Neschling.
- Quem!?
- O Pedro Neschling, Cá! Ele é liindo!
- Lia, tu só podes ser completamente maluca.
- Nãão, Cá. Já viste o blog dele? Ele é tão... tão igual a mim!
- Igual a ti?
- Éé! Ele pensa meio parecido comigo. Diz coisas que eu poderia perfeitamente ter dito. Se é que eu já não disse. E tem pavor de agulha!
- E por ter pavor de agulha vocês são almas gêmeas?
- Almas gêmeas, eu não sei... Teria que conhecer. Mas ele também gosta de números espelhados!
- Lia, presta atenção... Ah, que seja! Não que eu acredite que, se ele fosse solteiro, tu irias até o Rio de Janeiro atrás dele... Mas ele não é casado?
- A-há! Adivinha? Não mais! Ele tá solteiro, cara amiga! E eu sonhei que a gente ia pro Rio. Eu e tu. E a gente conhecia a minha nova paixão. Bora?
- Hahahahahaha. Bora. Quando?
- Janeiro?
- Janeiro.
- Certo. O problema da distancia tá resolvido. Agora, a gente tem que arrumar um amigo dele pra ti.
- Gosto da ideia.
- Será que ele é amiguinho do Cauã?
- Reymond?
- Claro.
- Pode até ser. Mas esse tem a Grazi. E é a Grazi, Lia.
- É... não dá pra competir com ela. Ó, futricando o twitter dele, eu notei que ele parece ser amicíssimo do Tico Santa cruz.
- Mas o Tico Santa Cruz?
- É verdade.. ele não é teu estilo... Ah, Cá, a gente resolve isso depois. Bora ver passagem.
- A TAM tá com promoção. R$464,90. Ida e volta.
- Comprando.
- Ok.



É, às vezes eu surto, e me apaixono por pessoas famosas.
Pelo menos, dessa vez, isso me rendeu uma viagem pro Rio. o/
Me aguarde, Pedro Neschling! HAHAHAHAHA

* * * * *

A foto lá de cima, eu tirei do Ensaio que ele fez pra revista TPM.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Joguinho do "To Nem Aí"

Ele

- E aí, Zeca!
- Fala Pedrão! Cadê a Lia?
- Sei lá, porra. Deve tá por aí.
- Pô, pensei que vocês estivessem namorando. A Lia é demais, cara.
- Eu namorando, Zeca? Tá de sacanagem, né, velho?
- Hahahaha, vai saber, meu amigo. Vai saber.

Que negócio é esse de "a Lia é demais"?? Eu sei que ela é demais. Esse filho-da-puta já tá de olho na minha Lils. Pô, mas cadê a Lia?! Ela nem entrou no msn ontem. Será que ela saiu? Mas ela tem me dito toda vez que sai... Será que isso já mudou? Em dois dias? Eu pensei que ela estivesse gostando da gente. Pelo menos parecia que tava gostando... Pior que to afim de ver a minha Lils, hoje. Matar a saudade daqueles cachinhos. Acho que to viciado no cheiro dela. Vou ligar.


Ela

- Bora fazer a unha, amanhã?
- Ai, Cá, o Pedro sumiu.
- Como assim "sumiu", Lia?
- Sumiu, ora! A última vez que a gente se falou foi sexta. Sábado a mamãe me sequestrou, e ontem eu não consegui entrar no msn um minuto sequer! Nem sei por onde ele andou ou o que pode ter feito durante esses dois dias. E nem pra me ligar! Ai, Cá, será que acabei virando mais um lanchinho? Eu tava gostando tanto da gente... E to com tanta saudade daquele barbado. To sentindo uma falta do meu Pê! O que eu faço?
- Ih, Lia... liga pra ele, então.
- Claro que n... - turururu-turururu-tururururuuu - Ahh! É ele, Cá! É o Pê!!


O Joguinho

[Sem demonstrar muito entusiasmo, Lia. Calma] - Alô?
[Alô? Desde quando ela atende que nem telefonista?] - Alô. Oi, Lia. Sou eu. Tudo bem?
[O que aconteceu com o "Lils"?!] - Oi, Pedro. Tudo, e contigo?
["Pedro"??] - Também... Qual é o nome do filme que tu tinhas me dito pra baixar, mesmo?
[É isso que ele quer??] - Hum... Zeitgeist? Era esse?
[É, e eu já baixei. Quer ver comigo?] - É! Esse. Não tava conseguindo lembrar. É Z-E-I-T-G-E-I-S-T, né?
[Não vai nem me chamar pra ver contigo?] - Isso. Tenho certeza que vais gostar. Me avisa q... hum... qualquer coisa...
[Me avisa o que, Lia? Colabora um pouco, pô] - Claro. Ahn... valeu.
["Claro, ahn, valeu"??] - Disponha. Hehehe.
[Não tá parecendo isso..] - Hehehe... Então... Então tá, Li. A gente se fala. Beijo.
[Quê?! Como assim? Só isso!?] - Beijo, Pê. Tchau...


Ele e Ela

Merda.


* * * * *

Já viram a entrevista do Marcelo Adnet no Programa do Jô?
Pois assistam! Tá Incrível!
O AdneTRIP dinibilizou a entrevita completa aqui.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Desmatamento


So Real - Jeff Buckley


- Lia...? Posso entrar?
- Claro, Nando. Entra... É o teu quarto, afinal. - ele entrou e deitou na cama enorme, bem perto de mim.
- Não quero atrapalhar teu sono.
- Hum... Cadê o resto? Ainda tá vendo filme?
- Tá. Eu vim ver como tu estás. - Pressionou seus lábios nos meus. Rápido e suave.
- Eu to bem, Nando. Só um pouco cansada, mesmo... Uma boa noite de sono resolve.
- Então dorme, Li. Eu te acordo mais tarde, pra tu ires pra casa. - E ficou ali, me olhando. Como quem quer velar meu sono. Como se isso fosse o que mais importava.

Eu fechei meus olhos. Minha imaginação, incontrolável e louca, começou a trabalhar em volta de nós dois. Lembrando do último fim de semana. Repassando o nosso primeiro beijo, e tudo o que nos levou a ele. A praia. A lua cheia. As palavras doces e leves, que voavam dele e pousavam direto no meu coração. Palavras, que de repente pareceram criar raízes. Que se transformaram na mais sólida floresta de esperança que meu coração já permitiu crescer. Eu sorri. Abri os olhos e ele ainda estava me olhando. Ele também sorriu.

- Pensando em que, Li?
- No fim de semana... - Fechei os olhos, ainda sorrindo. E ele me beijou de novo. Não tão suave, dessa vez.

Eu continuei meu devaneio de nós dois... Ele me levando pra casa dele, insistindo em me apresentar pros pais dele. "Mas eu quero te apresentar oficialmente", ele disse quando lembrei que já os conhecia. Oficialmente. Não importava há quanto tempo eu os conhecia, eu também queria conhecê-los oficialmente. Nossas mãos entrelaçadas. Um abraço carinhoso e protetor. Quase possessivo. "Olha, pai. Ela é minha, agora". E o meu sorriso bobo, denunciador. Gritando, pra qualquer um, a única verdade dentro de mim. Eu queria ser dele. A floresta de esperança, densa e forte. Real. Espalhando sentimentos por todo meu coração. Firme, como se estivesse ali desde o início. Desde sempre.

- Sabe, Lia... acho que isso vai ser bom. A gente ficando de vez em quando. Curtindo, uma vez ou outra. Vai ser divertido.

E eu fiquei de olhos fechados, com medo que eles me traíssem e revelassem a dor que aquelas novas palavras causavam. Tratores arrancando cada árvore do meu coração pela raiz. E desaparecendo, deixando pra trás o meu, agora, devastado coração de floresta.

terça-feira, 21 de julho de 2009

[Boas] Surpresas da Vida



- Tá tudo bem, Beto?
- Aham...
- "Aham". Agora fala a verdade. O que tu tens?
- Eu... - toca o celular - Rapidinho, Lia. É a Vivian... Oi, amor. E aí? Como foi?

Nossa... O que tá acontecendo? É difícil ver o Beto assim... Será que tá tudo bem com a Vivian? Ele parece preocupado. O que tem os pais dela? É feio ouvir a conversa dos outros, Lia. Pensa em outra coisa. Pensa em outra coisa! Hum... mas num carro fechado e sem música é impossível não ouvir que os pais da Vivian não iam gostar do Beto na casa deles, agora. O que tá acontecendo??

- Alô? Amor? Droga.
- Ela tá bem, Beto?
- Já vou te contar tudo, Li. - Ligando pra Vivian - Só falar com ela, primeiro.

Certo, o que pode estar acontecendo? Será que a Vivian tá grávida? Hum... Pode ser. O Beto aparece de repente doido por um emprego remunerado. Conversa difícil com os pais da namorada. Namorada dizendo que é melhor não sair de casa, nem ele não ir lá agora. Mesmo que a namorada esteja, claramente, chorando. 2 + 2 = 4. Então, no caso: 2 + 2 = Filho. Será?

- Amor? A ligação tá falhando. Amor? Te ligo daqui a pouco, quando parar o carro. - Larga o celular - Merda de Oi! Lia... eu vou ser pai.
- Sabia... Bom, pelo menos já tava desconfiando, com essa conversa toda. Desculpa... eu ouvi. Como vocês estão? Ela contou agora pros pais dela?
- Não tem problema, Li. Eu tava doido pra te contar. A gente tá... bem. Claro que esse início é difícil. Contar pros pais e tudo...
- Claro.
- Mas, depois do baque, a gente tá muito feliz. É um filho, né, Lia? Essa fera vai nascer, e a gente vai cuidar e amar.
- A gente vai, Beto. Amor essa fera vai ter. Tua mãe já sabe?
- Já. Ixi, tá toda babona. Já tá vendo ginecologista e tudo.
- A tua mãe é demais...
- A gente já escolheu os nomes. Júlia ou Lucas.
- Lucas é o nome que eu quero dar pro meu filho. É lindo, né?
- Então são dois Lucas...
- Parabéns, Beto!
- Brigado, Li.

Ain, cara... uma criança! Será que vai ser a Júlia ou o Lucas? Não importa... O Beto vai ser um pai como poucos, eu tenho certeza. E a Vivian! Nossa, que encontro! Duas almas tão puras e lindas! Planejada ou não, essa criança tem tanta sorte! Juntos ou não. Pra sempre ou não. Eles serão Pais. Com "P" maiúsculo! E como tudo que cresce entre eles, essa criança vai ser linda, de corpo e alma. Tenho certeza. É impossível sair algo diferente de um encontro como esse...

- Beto?
- Hãn?
- Parabéns... De verdade!
- Eu sei, Li... Brigado, de verdade.

* * * * *

É sério, "Beto". Parabéns!
Eu sei que vai dar tudo certo. É só o que o mundo pode reservar pra vocês: o certo.
Não vou entrar nessa disputa pra madrinha, mas essa fera vai poder contar comigo, sempre! Assim como tu e a "Vivian".
Te amo.


* * * * *


Sobre o Harry.
Eu vi o filme. Foi, por incrível que pareça, o que eu esperava. Não me surpreendeu. Não me decepcionou. Mas foi lindo! O melhor, até agora. Acho que dessa vez eu fui esperando a coisa certa, então.
Eu ia acabar escrevendo muito sobre o filme, mas [acho que] ontem, achei um blog que descreveu quase que com perfeição a minha opinião sobre o filme.
Caso queiram dar uma olhada, veja aqui. Vale à pena. :D

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Homem consegue ter amiga?

Não sei se vocês conhecem o Manual do Cafajeste. É o blog do "Cafa", um anônimo paulista, com um ponto de vista no mínimo interessante no que diz respeito a essa coisa toda da relação Homem x Mulher (dá uma olhada, que tu vais entender o que to querendo dizer). Descobri seu blog mais ou menos na metade do semestre passado, e, desde então, sou leitora assídua! Não em busca de conselhos ou conhecimento do mundo dos cafas ([in]felizmente, conheço esse tipo muito bem). Mas, sim, pela qualidade dos textos e, tá, mesmo com meu vasto conhecimento sobre tal universo, até que descobri algumas coisas bastante úteis ali.

Enfim, esse post não é uma exaltação ao Cafa. Isso foi só uma introdução para chegarmos ao ponto que gostaria de compartilhar com vocês: Amizade Homem x Mulher.

O Cafa, como em quase todos os assuntos, tem uma opinião bem definida: se a mulher é bonita, não existe; se é feia, pode existir; se for bonitinha e inteligente, ela é a "amiga nebulosa". Meio radical ou machista, não? Mas ele coloca as coisas de uma forma bem simples. Em suas palavras: Eu nunca acreditei muito na amizade homem e mulher. Na minha opinião ela só ocorre quando a mulher é feia, pois se é bonita ou o cara já pegou ou já tomou fora e ai dificilmente rola uma amizade. Porém, há as coitadinhas que até são bonitinhas e inteligentes, mas não têm nenhum sex appeal e ai acabam virando uma amiga nebulosa.

Mas o que diabos seria a "amiga nebulosa"?! Novamente, Cafa explica: Geralmente o cara já ficou com essa garota e o papo foi ótimo, mas a pegada uma grande porcaria. Só que num belo dia ele se encontra sozinho e ai resolve procurar essa amiga nebulosa para dar uns pegas, porém após se encontrarem a ausência de sex appeal da garota faz com que o cara perca o tesão de partir para o ataque e ai ficam como grandes amigos conversando no restaurante. No final da noite ele vai pra casa e soca uma sozinho e a garota vai pra sua com uma grande dúvida na cabeça “O que esse porra quer?”.

Vocês hão de convir que, por mais revoltante que seja tal declaração, ele não é o único homem no mundo que pensa assim. Aliás, ele tem, facilmente, a maioria masculina do lado dele. Homens, minhas caras, são assim. Convivo com uma quantidade quase não saudável deles, portanto posso afirmar isso com toda convicção que me cabe (mais uma vez, [in]felizmente). A realidade é que estou rodeada de amigos homens.

Epa! Mas o que isso quer dizer, afinal? Seria eu a amiga feia/gente boa/inteligente [isso é o mínimo que meu ego pode aceitar de rebaixamento]? A amiga bonita que o cara já pegou ou levou fora? Ou, pior, a nebulosa?! É, às vezes, o Cafa me deixa meio mal, e eu sinto uma necessidade de auto-afirmação irritante.

Acontece que essa classificação-do-cafa, na verdade, parece depender do homem-amigo em questão. Dando uma olhada no meu histórico, consigo me encaixar nos três tipos. Bom... quatro, considerando os subitens "que o cara já pegou" ou "levou fora". Eu disse que era uma quantidade quase não saudável de amigos... Mas, no geral, acho perfeitamente possível. Tenho ótimos amigos.

Alguns que, definitivamente, não parecem me achar bonita (paciência, bom gosto não é pra todos. Hahahaha). Com esses, a relação é extremamente fácil. Sem o constrangimento do fora, ou o embaraço do "Ok, a gente já se pegou". É claro que esse constrangimento ou embaraço pode não existir. Tenho amigos que já fiquei. Tenho amigos que até hoje tentam tirar proveito da amizade. Mas não acho que isso mude algo. Continua a mesma coisa. Pra mim, pelo menos. Por último, o tipo amiga nebulosa. Eu, sinceramente, acho que pego bem. Hahahaha. Acontece que o encaixe nem sempre rola, né? Mas acho que esse tipo de amizade é o mais difícil de existir. Por quê? Bom... a questão é que esse caso deu em merda.


* * * * *


Aqui, você pode ver o texto completo de onde tirei os trechos postados.
E aqui, Cafa no Twitter.

Algumas garotas parecem se revoltar com o Cafa. Mas em sua defesa [ou não], eu acho que, se a gente se conhecesse, as chances de sermos amigos seriam altíssimas. Engraçado, com certeza!
Por enquanto, tudo o que posso fazer é um comentário pessoal sobre seus posts. Espero que ele não se importe de ver suas palavras reproduzidas e comentadas aqui... Dessa vez, pedi permissão. Juro!


* * * * *


UPDATE
20/07/2008 - Um maravilhoso Dia do Amigo a todos os meus amigos! Homens e mulheres! (L)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Livros e Filmes. Filmes de Livros.

Eu já disse aqui que amo livros. O que eu não disse foi que também amo filmes. Mas quer saber o que normalmente me frustra? Livros adaptados pro cinema. Sério, eu não consigo entender o que acontece no processo de produção das adaptações. O cara tem um livro que, depois de noites mal-dormidas do autor e todo um processo de edição, está ali, prontinho. Os leitores se apaixonam por aquelas palavras. Criam um mundo à parte em sua cabeça. Entram nesse mundo, e tchãram!, a magia acontece. Milhões de cópias vendidas pelo mundo. Milhões de mundos diferentes criados em milhões de mentes diferentes. Nossa! É muita magia! Tem como não amar livros!?

Ok, sem perder o foco, resolvi falar sobre o assunto porque estou pra morrer de ansiedade com a estreia de Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Pelas cenas que vi, esse promete ser o melhor filme da série. Na minha opinião, claro. Mas, hoje, lendo algumas notícias do G1, fiquei um pouco apreensiva com uma (veja aqui), em particular, que dizia "Os fãs de carteirinha dos livros de J.K. Rowling, no entanto, precisam ir preparados. Embora a história no fim das contas seja a mesma, o filme tem muitas alterações em relação ao texto original. Diversas cenas são alteradas, algumas são acrescentadas, e outras que muitos considerarão importantes simplesmente desaparecem". Tá, eu já esperava por isso. Principalmente, desde que uma amiga me mostrou uma cena que não faço ideia de onde tiraram. E, eu juro, já li tantas vezes o livro que tenho certeza que lembraria se ela existisse.

Agora, me diz, pra que cargas d'água o cara inventa uma cena?! Eu já acho absurdo alterar certas cenas, imagina inventar! Tá tudo ali!! É só pegar o livro, ver o que mais importa pra sua história e, se for o caso, sua(s) sequência(s), e fazer um roteiro bacana e fiel. Eu sei que não entendo bulhufas de produção de cinema, mas tem como isso ser difícil? Se alguém souber como, por favor, me explique. Quem sabe entendendo eu não me conforme? Seria menos frustrante. Mas, por enquanto, não faz sentido! Porque, não satisfeitos em inventar cenas do mais completo nada, eles cortam cenas do livro! Muito bem, se você tem espaço pra colocar cenas inexistentes, por que não aproveita esse espaço com cenas do livro!? Ninguém concorda comigo que isso faz mais sentido?

Tudo bem, admito que é complicado dar forma a algo tantas vezes imaginado de maneiras diferentes. Como agradar todos os milhões de leitores com seus milhões de mundo? Impossível. Mas ser fiel às palavras que tanto os encantaram seria um bom começo. Manter a essência daquela cena crucial do livro, ou a personalidade dos personagens seria tão mais lógico. Custava o Michael Gambon ser o Dumbledore que todo mundo conhece? Ele é completamente descontrolado! Dumbledore jamais seria descontrolado. Ai, como eu sinto falta do Richard Harris. Ele sim foi um Dumbledore perfeito. Mas, infelizmente, teve que ir embora antes de terminar seu trabalho como o nosso querido Albus. O Gambon poderia ao menos ter se dado ao trabalho de ler os livros...

De qualquer forma, como já disse, estou a esperar a estreia da adaptação do penúltimo livro da J.K. Rowling. E, apesar das cenas alteradas, incluídas e excluídas, é com grande expectativa que o faço! Como as sessões do dia 15 estão esgotadas, espero ver dia 16. Então, se tudo der certo, no máximo dia 17 comento aqui o que achei, afinal, do filme.

Enquanto isso... Trailers!




Fala a verdade, dá uma vontade louca de assistir, não dá? *-*