segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Baseado em fatos reais
Obs: A escolha da música não é minha. É da vida.
Sentada nas pedras, Luísa nem via ou ouvia o mar. Seus olhos estavam voltados a um passado distante. Fragmentos da vida saltavam a sua frente, nublando toda a beleza da praia diante dela. O único som que ouvia era o de suas recordações. As ondas silenciosas pareciam querer respeitar aquele momento dela... Só dela.
Luísa visitava cada lembrança que julgava tê-la levado àquele momento. Aos 20 anos, quando conheceu, amou e deixou Rodolfo, naquela cidade tão longe da sua. Seus dois casamentos. O primeiro sem amor. O segundo, tão difícil, que fez por diluir o amor que existira. Os três frutos desses casamentos. Suas três razões de vida e fontes de força. Assim como seus três motivos para deixar Rodolfo tantas outras vezes.
Como foi bom reencontrá-lo depois de tantos anos. Como foi providencial que seu trabalho a levasse tantas vezes ao encontro do seu amor. Como foi doloroso deixá-lo todas as vezes... A despedida é sempre muito difícil. Principalmente quando se trata de alguém de braços e coração tão abertos para receber aquela que tanto ali queria estar.
Mas Luísa sabia o que era mais importante para ela. Garantir que seus filhos tivessem tudo o que lhes pudesse oferecer, até que pudessem conseguir por si mesmos, não era apenas uma opção. Era a única opção. E se, para isso, tivesse que abrir mão de seu grande amor, que assim fosse. Nenhum amor era maior que o que tinha por suas “crianças”.
E o tempo, impiedoso e irredutível, passou. Suas eternas crianças seguiram seus caminhos. Com seus próprios amores ou não, foram atrás das pedras com as quais construiriam seus futuros. Sentiu o medo e o orgulho de ver cada um deles indo embora, moldando seu destino. Todos longe dela. Sempre ouvira de sua mais nova que as mães criam os filhos para o mundo, e não para si. Sentiu o peso da verdade daquelas palavras.
Claro que Luísa não se arrependia de qualquer passo que tivesse dado na vida. Havia feito sua escolha conscientemente. Mas nem isso a impediu de sentir o vazio e a dor de se ver só, sem seus filhos...
A essa altura, as lágrimas haviam imposto sua companhia àquela senhora sentada à beira da praia, reforçando a cortina que a impedia de ver toda beleza à sua frente. Ao mesmo tempo, ouvia os passos que esperava.
- Triste, meu grande amor? – perguntou ele, colhendo suas lágrimas.
- Transbordando felicidade. – respondeu Luísa, olhando para aquele rosto envelhecido e lindo que tanto amava, e sentindo o prazer de tê-lo tão perto e tão seu. – Foi difícil, não foi?
- Ah, minha grande Luísa – começou Rodolfo, aninhando seu velho e eterno amor nos braços – eu faria até o impossível pra chegar aqui.
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8 comentários:
layout bem feito... o blog tem tudo pra bombar no genero proposto
Você é escritora???
Se não... tem tudo pra ser!
Escreve muito bem, muito bem mesmo!
Parabéns!
Muito bom o texto.
Acho que devemos viver nossas vidas sem arrependimentos, assim como a Luisa.
Por mais que ás vezes nos sentimos só, creio que nada é motivo para arrependimento.
Beijos, Vini.
Bom dia garota do chocolate quente !!!
Vim retribuir a visita ...!!!
Lindo esse texto , é bem verdade que nessa vida , acontecem tantas coisas que muitas vezes nos levam para um rumo tão diferente daqueles que tínhamos sonhado prá gente...
Enterramos os sonhos e vamos constuindo nossa história ...
Mas a história da Luisa acabou bem ..., nunca é tarde para viver um grande amor , nesse caso reencontrá-lo...
beijos
Amei o texto, e a musica é mtoo boa, adoroo
Bjus
Olá, estou passando para lhe informar que tem 2 selinhos pra vocÊ em meu blog.
Se quiser passe lá e pegue :D
Beijos.
Otimo adorei o conto , muito bom mesmo ..
grande bjoo to seguindo!
www.filosofandocomwill.blogspot.com
Muito bem escrito seu texto!
É Lia, vale tudo por um grande amor não é? Por mais que se passem anos e anos... Um grande amor nunca deixa de ser um grande amor!
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