quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

À espera de um Livro.

Quando eu tinha 14 anos de idade, tive meu primeiro contato com o que seria a muito bem sucedida série de J.K. Rowling, Harry Potter. Lembro de ter visto um box com os quatro primeiros livros e uma edição extra do primeiro, em inglês, na casa do meu primo, e tê-los desprezado, pensando "credo, eu não quero ler isso". Minha mãe até perguntou o por que disso, já que eu não tinha o costume de dispensar livro algum. A verdade é que até hoje eu não sei porque os rejeitei dessa forma. Provavelmente, eu não queria ser vista lendo livrinhos de bruxinhos e magia. Tolices de uma aborrecente, claro.

Pouco tempo depois, o primeiro filme foi lançado, e, mesmo tendo feito chacota de algumas amigas quando me chamaram pra ver, acabei indo e, pra minha surpresa, gostando. Mas não foi isso que me fez procurar o livro. Eu nem tinha a intenção de fazê-lo, quando ele veio até mim. Aliás, gosto de pensar que foi o destino quem trouxe o livro pra mim. Como? Uma amiga, que frequentava muito a minha casa, veio passar o fim de semana comigo, e trouxe Harry Potter e a Pedra Filosofal, tecendo vários comentários do quão maravilhoso era o livro.

No início da tarde, ela teve uma crise de cólica tão enlouquecedora, que, além de me fazer chamar a mãe dela pra levar algum remédio milagroso, a fez dormir o resto do dia. Só me restou o Harry de companhia, e eu não pude resistir - como eu disse, dispensar livros não era muito meu estilo. Fui pro quarto da minha mãe, e dei início à leitura que me viciaria de uma forma irreversível. Li sem parar. Até minha amiga acordar, quando fiquei desesperada, pois faltava algo em torno de 1/5 pra terminar o livro, e ela o levaria de mim. Implorei pra que ela o deixasse comigo, com a promessa de devolvê-lo no dia seguinte.

Depois disso, começou o sofrimento. Consegui a Câmara Secreta emprestado. Ganhei o Prisioneiro de Azkaban de aniversário. E, só no Natal, depois de 9 meses de espera, ganhei o Cálice de Fogo. Muito bem, todos os livros publicados, devidamente devorados. E foi aí que eu descobri o verdadeiro significado de "sofrimento" pela espera de um livro. J.K. ainda não havia terminado de escrever a Ordem da Fênix, e eu não aguentava mais esperar que ela o fizesse. Isso sim foi desesperador.

Claro que não terminou aí. Depois vieram os dois anos de espera pelo Enigma do Príncipe, e mais dois por Relíquias da Morte. Foi bem difícil... Mas o que nós, amantes de livros e fãs de Harry Potter, poderíamos fazer, que não esperar? E assim o fizemos. Experimentando momentos de exasperação e expectativa. Revolta e impaciência, seguidos de uma conformidade um tanto rebelde.

Quando a espera por Relíquias da Morte finalmente chegou ao fim, eu tive um bom período de tranquilidade, até janeiro de 2009. Foi quando terminei de ler Eclipse, e tive que esperar uns bons cinco meses por Amanhecer. Mas não é sobre isso que eu quero falar. Não perdendo a minha mania de rodeios e tagarelice, contei toda essa história pra falar do meu mais novo sofrimento: O Nome do Vento, A Crônica do Matador Rei - Primeiro Dia.

Estava eu, passeando pela livraria do aeroporto de Congonhas, na esperança de ocupar as duas horas que me separavam do meu voo de volta pra casa, quando encontrei O Nome do Vento. Eu já sabia que era esse o livro que eu queria comprar, mesmo que nunca tivesse ouvido falar dele. Rodei um pouco com ele nas mãos, dando uma olhada nos outros livros... Mas a verdade é que eu estava com medo de não passar o cartão e ter que deixa-lo lá. Criei coragem, e o cartão passou. E, logo nas primeiras páginas, me encontrei presa nesse mundo criado por Patrick Rothfuss, e as horas passaram. Tanto as de espera, quanto as no ar. Agora não consigo mais largar a história de Kvothe, suas aventuras e infortúnios.

Acontece que, não sei se deu pra notar, mas o subtítulo diz "primeiro dia". Sim, isso significa que, por mais que o tal primeiro dia tenha 651 páginas, ele continua sendo só o primeiro dia! Certo, onde estão os outros dois dias [ao ler O Nome do Vento, você descobre que Kvothe decide contar sua história em três dias]? Comecei a busca pela sequência da trilogia, e acabei dando de cara com a tão temida porta do sofrimento da espera. Pat, como eu descobri ser carinhosamente chamado o já querido autor, ainda está escrevendo "The Wise Man's Fear", também conhecido como "book two". O pior disso tudo? Sem previsão para o seu lançamento!

Pois bem, queridos leitores que não tenham me abandonado depois de tanto tempo, e que tiveram paciência de ler até aqui, hoje começa o meu sofrimento. Tudo bem que descobri ontem, mas, fora o sofrimento antecipado, devo terminar de ler O Nome do Vento essa noite. Se tiver coragem... to com medo de acabar. Mas, quem eu quero enganar? Sou tão descontrolada quando leio algo que gosto tanto, que não tem medo que me detenha. É hoje, mesmo.

A despeito disso, nem pensem em desencorajar! Comprem o livro. Leiam O Nome do Vento. É maravilhoso! Pensando cá com meus botões, imagino que o Ivens iria adorar esse livro. Por falar nisso, alguém tem notícia dele? Como ele pode abandonar a gente desse jeito?

Enfim, já to me perdendo de novo. Não deixem de ler esse livro. Eu mais que indico! =)

Beijos.

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